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Celular em Casa: Como Impor Limites e Evitar Conflitos com os Filhos
A proibição do uso de celulares nas escolas, sancionada em janeiro pelo presidente Lula, reacendeu uma discussão dentro das famílias: como controlar o tempo de tela das crianças e adolescentes em casa? A medida foi baseada em estudos do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que apontam impactos negativos do uso excessivo de smartphones, como distração no aprendizado e o aumento de transtornos emocionais, incluindo ansiedade e depressão. Mas enquanto os alunos precisam seguir regras no ambiente escolar, cabe aos pais estabelecer limites dentro de casa.
De acordo com a psicóloga Yafit Laniado, a resposta para essa questão não é simples, mas passa por um ponto fundamental: a autoridade parental. “Quando os pais compreendem que podem e devem exercer essa autoridade, os filhos assimilam que a casa também tem regras, assim como a escola ou qualquer outro ambiente social”, explica.
Autoridade como segurança e não repressão
Muitos pais evitam impor limites por medo de serem considerados rígidos ou autoritários demais, mas a especialista alerta que essa insegurança pode ter efeito contrário. “A segurança que transmitimos aos nossos filhos, como pais que lideram a família, tende a diminuir os atritos e os confrontos”, diz Yafit.
Isso significa que os filhos precisam entender quem conduz as regras dentro de casa e que, embora haja espaço para diálogo, nem tudo está em negociação. No caso dos celulares, é importante que os responsáveis definam horários e períodos para o uso dos dispositivos, levando em conta a rotina da família e a idade das crianças.
Regras claras e coerentes
Cada família tem sua dinâmica, e não existe um modelo único a ser seguido. “Não vale copiar regras de outras casas ou simplesmente seguir o fluxo. Os limites precisam fazer sentido dentro da realidade e dos valores de cada família”, reforça a psicóloga.
Para isso, algumas estratégias podem ajudar:
. Definição de horários fixos: estabelecer momentos sem telas, como durante as refeições e antes de dormir.
. Negociação dentro de limites: permitir que os filhos participem da criação das regras pode ser útil, desde que o controle final seja dos pais.
. Exemplo dos adultos: se os pais passam o tempo todo no celular, será difícil impor restrições às crianças.
. Atividades alternativas: incentivar esportes, leituras e brincadeiras fora do ambiente digital para evitar que o celular seja a única fonte de entretenimento.
Presença ativa faz a diferença
Mais do que apenas impor restrições, os pais precisam estar presentes. “Algumas mães temem ser vistas como chatas ou duronas, mas essa visão é equivocada. Os filhos precisam de pais que coloquem ordem e estabeleçam limites”, conclui Yafit.
O equilíbrio entre firmeza e diálogo é o caminho para um uso mais saudável do celular, dentro e fora da escola. Afinal, impor limites não significa punir, mas sim educar e preparar os filhos para uma relação mais equilibrada com a tecnologia.
Por Redação Brazil Health