Psicologia
24 de Fevereiro de 2025

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Estudo da USP Revela: Alimentos Ultraprocessados Aumentam em 58% o Risco de Depressão Persistente

Uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) revelou que o consumo elevado de alimentos ultraprocessados pode aumentar em até 58% o risco de desenvolver depressão persistente, caracterizada por episódios recorrentes ou contínuos por anos. O estudo, publicado no Journal of Academy of Nutrition and Dietetics, analisou dados de mais de 14 mil pessoas de seis capitais brasileiras, acompanhadas ao longo de oito anos pelo Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil).

Os pesquisadores dividiram os participantes em grupos conforme o percentual de calorias diárias provenientes de alimentos ultraprocessados. Enquanto um grupo consumia até 19%, outro chegava a 72% da dieta baseada nesses produtos. “Aqueles que ingeriam mais ultraprocessados no início do estudo apresentaram um risco 30% maior de desenvolver o primeiro episódio de depressão nos anos seguintes”, explica a Dra. Naomi Vidal Ferreira, pós-doutoranda da FMUSP e autora principal da pesquisa.

Como os ultraprocessados impactam a saúde mental?

A pesquisa sugere que a relação entre esses alimentos e a depressão está ligada à deficiência nutricional e ao processo inflamatório desencadeado por aditivos artificiais.

Fatores que explicam esse impacto:

. Falta de nutrientes essenciais – Alimentos ultraprocessados são pobres em fibras, antioxidantes e vitaminas essenciais para o funcionamento cerebral

. Processos inflamatórios – Aditivos químicos e gorduras saturadas podem afetar a química do cérebro e aumentar o risco de transtornos mentais

. Desregulação do eixo intestino-cérebro – A microbiota intestinal tem papel crucial na produção de neurotransmissores como a serotonina, e dietas ricas em ultraprocessados prejudicam esse equilíbrio

Pequenas mudanças, grande impacto

A boa notícia é que ajustes simples na alimentação podem reduzir significativamente o risco de depressão. Uma simulação realizada no estudo indicou que:

. Substituir 5% das calorias diárias de ultraprocessados por alimentos minimamente processados reduz o risco de depressão em 6%

. Diminuir 20% desses produtos e optar por alimentos naturais pode reduzir a probabilidade em até 22%

Para a Dra. Naomi Vidal, os resultados reforçam a necessidade de repensar hábitos alimentares. “Além da saúde física, uma alimentação equilibrada pode ser uma grande aliada na prevenção de transtornos mentais. Investir em alimentos naturais, ricos em nutrientes, pode ser um passo essencial para uma melhor qualidade de vida e bem-estar emocional”, conclui.

Por Redação Brazil Health

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