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Impacto psicológico de acidentes aéreos em sobreviventes: entenda os desafios e traumas
O aumento nos acidentes aéreos nos últimos anos, como o ocorrido em Ubatuba no início de 2025, reacende o debate sobre segurança na aviação e o impacto psicológico nos sobreviventes e familiares. Dados do Sipaer (Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) mostram um salto de 49 vítimas em 2022 para 153 em 2024, destacando a necessidade de atenção à saúde mental.
O psicólogo Marcos Torati, especialista em Psicologia Clínica pela PUC-SP, explica que esses eventos podem provocar traumas sociais e pessoais. “O trauma social ocorre porque a aeronave, antes símbolo de progresso, passa a representar risco. Já o trauma pessoal envolve as consequências emocionais da experiência e do luto por perdas”, comenta.
Crianças são particularmente vulneráveis, pois possuem recursos psicológicos mais limitados para processar eventos traumáticos. “Para crianças, o trauma é quase puramente corporal, já que seus recursos simbólicos são insuficientes para elaborar a experiência. Isso deixa marcas físicas e psíquicas profundas”, explica Torati.
O impacto psicológico pode ser dividido em três fases:
•Curto prazo: amnésia dissociativa e entorpecimento emocional são comuns, devido ao choque e à incredulidade do evento.
•Médio prazo: o sobrevivente começa a lidar com a realidade e as perdas, enfrentando nova turbulência emocional.
•Longo prazo: a batalha passa a ser superar o trauma e retomar a vida. Aqui, é fundamental o suporte de familiares, amigos e profissionais.
“A reabilitação emocional requer acolhimento constante, pois o sobrevivente precisa enfrentar tanto o mundo externo quanto seus próprios pensamentos intrusivos e lembranças do evento traumático”, conclui Torati.
Por Redação Brazil Health