Psicologia
30 de Abril de 2025

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Luto Migratório: A Dor Silenciosa de Recomeçar a Vida em Outro País

Trocar de país é mais do que fazer as malas e aprender um novo idioma. Para muitos imigrantes, a mudança representa uma ruptura profunda com vínculos, rotinas e até com quem eles eram. Esse processo é chamado de luto migratório — uma dor silenciosa, mas comum, enfrentada por quem recomeça longe de casa.

A psicóloga Maria Klien, especialista em terapia assistida e cannabis medicinal, explica que o luto migratório vai muito além da saudade. “Trata-se de um luto por tudo aquilo que deixamos para trás: vínculos afetivos, referências culturais, idioma, status social e até mesmo a própria identidade. É um processo de adaptação que pode ser doloroso, mas também transformador”, afirma.

As fases do luto migratório

Semelhante ao luto tradicional, o luto migratório pode se manifestar em estágios como:

. negação: dificuldade em aceitar as mudanças e idealização do país de origem

. raiva: frustração com a nova cultura, língua ou dificuldades do cotidiano

. negociação: tentativas de equilibrar o antigo com o novo

. depressão: tristeza profunda e sensação de perda de identidade

. aceitação: construção de um novo pertencimento e integração à nova realidade

Caminhos para lidar com a adaptação

Para Maria, a terapia pode ser uma aliada poderosa nesse momento. “Reconhecer esses sentimentos e buscar apoio psicológico é essencial para elaborar essas perdas e construir uma nova identidade no país de acolhimento”, orienta.

A especialista também destaca a importância de manter raízes com a cultura de origem — mas sem fechar as portas para o novo. “Manter laços com a cultura natal ajuda a suavizar a dor da saudade, enquanto se envolver com a cultura local facilita a adaptação. É um equilíbrio delicado, mas possível”, ressalta.

Compreender o luto migratório, segundo a psicóloga, é também um gesto de empatia. “Reconhecer essa dor invisível é o primeiro passo para acolher quem chega e construir pontes de solidariedade”, conclui.

Por Redação Brazil Health

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