Psicologia
07 de Maio de 2025

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Maternidade Idealizada Pode Gerar Culpa Crônica, Esgotamento e Depressão, Alerta Psicóloga

Pressão por perfeição leva ao adoecimento silencioso

A maternidade segue sendo um dos papéis mais idealizados da sociedade, mas, por trás das imagens felizes nas redes sociais, muitas mulheres enfrentam solidão, exaustão e um sentimento constante de inadequação. A psicóloga e neuropsicóloga Tatiana Serra, especialista em saúde mental materna, faz um alerta contundente: essa idealização está adoecendo as mães — emocionalmente e de forma crônica.

“Vivemos em uma sociedade que idealiza a mãe perfeita, sempre disponível, sempre paciente, sempre feliz. Isso gera um sofrimento psíquico enorme, porque é simplesmente impossível corresponder a esse modelo irreal”, afirma a especialista.

Tatiana explica que o puerpério — período logo após o nascimento do bebê — é apenas o início de uma jornada emocional desafiadora. “Há mães adoecendo emocionalmente não só no pós-parto, mas anos depois, já com os filhos maiores. É o que chamamos de maternidade crônica: a mulher nunca mais se autoriza a colocar suas necessidades em primeiro plano.”

Sinais de alerta para o adoecimento emocional

. cansaço extremo que não melhora com o descanso

. sentimentos de culpa recorrente, mesmo quando está fazendo o seu melhor

. irritabilidade, choro frequente ou sensação de desamparo

. dificuldade de sentir prazer nas atividades do dia a dia

. sensação de estar sempre devendo algo, em todas as áreas da vida

“É possível amar profundamente um filho e, ao mesmo tempo, sentir vontade de fugir. Isso não é falta de amor, é um sinal de sobrecarga emocional”, pontua Tatiana.

Saúde mental materna é responsabilidade coletiva

A psicóloga defende que oferecer apoio emocional às mães não é um privilégio, mas uma necessidade urgente. “Filhos emocionalmente saudáveis dependem de mães minimamente cuidadas. Uma mulher exausta, culpada e emocionalmente negligenciada dificilmente conseguirá sustentar vínculos afetivos de qualidade.”

Ela reforça que o cuidado com a saúde mental das mães deve estar no centro de políticas públicas, ambientes de trabalho e na estrutura familiar. “A gente cuida de quem cuida. Quando uma mãe adoece emocionalmente, toda a estrutura em volta dela adoece junto. A saúde mental das mães é um investimento na saúde emocional de toda uma geração.”

Por Redação Brazil Health

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