Psicologia
02 de Maio de 2025

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Por Que Mentimos? Entenda os Limites entre Autoilusão e Fraude

Mentir é humano. Mas quando a mentira deixa de ser uma exceção e passa a comandar decisões, relações e identidades, ela ultrapassa o campo da ética e entra no território da saúde mental. É esse o ponto de partida do livro As mentiras que contam para você – O poder da autoilusão, de Carlos Eduardo Simões, publicado pela Literare Books International.

A obra investiga a linha tênue entre a mentira como ferramenta de proteção emocional e o risco de ela se tornar uma prisão invisível. “Muitas vezes, não é a mentira do outro que mais nos machuca, mas a que repetimos internamente até se tornar um muro invisível que nos impede de avançar”, escreve o autor.

Mitomania: quando a mentira vira compulsão

Ao longo do livro, Carlos Eduardo explora como a mentira pode evoluir para uma condição clínica: a mitomania, distúrbio no qual o indivíduo mente de forma frequente e sem uma motivação clara. Diferente da mentira pontual, o mitômano constrói realidades alternativas — e frequentemente acredita nelas.

Essa desconexão da realidade pode ter impactos profundos: emocionais, sociais e até criminais. Um exemplo citado é o do juiz aposentado José Eduardo Franco dos Reis, que viveu por mais de 40 anos com identidade falsa como suposto nobre britânico. A farsa só veio à tona em 2024, após análise de impressões digitais. “O mais impressionante nesses casos não é apenas a construção da mentira, mas o quanto o sistema se adapta a ela”, observa o autor.

Mentiras que contamos para nós mesmos

Carlos Eduardo não se limita a analisar fraudes escandalosas. Seu foco é a autoilusão cotidiana: aquelas pequenas mentiras que usamos para evitar dor, rejeição ou fracasso. “Mentimos por medo, por vergonha, por querer aceitação. Mas também porque não aprendemos a lidar com a verdade com maturidade”, afirma.

Ao misturar vivências, casos reais e reflexões embasadas em psicologia, o autor propõe um desafio libertador: revisitar a narrativa pessoal e perguntar o que, de fato, é verdade.

A mensagem é clara: viver na mentira pode parecer mais confortável, mas custa caro demais com o tempo. E como sintetiza o autor: “Enxergar a verdade pode doer. Mas viver uma mentira dói mais – e por muito mais tempo.”

Por Redação Brazil Health

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