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TDAH: A 'Doença da Moda' e os Riscos do Autodiagnóstico nas Redes Sociais
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem ganhado cada vez mais visibilidade, impulsionado por vídeos virais e conteúdos de influenciadores digitais. Porém, essa popularização tem gerado um fenômeno preocupante: o autodiagnóstico. Segundo especialistas, o consumo excessivo de informações sem embasamento científico pode levar a erros de avaliação e até ao uso indevido de medicamentos.
A psicóloga Ana Café alerta que “a informação é sempre bem-vinda, mas, quando espalhada sem critério, pode levar a conclusões precipitadas. É essencial procurar um profissional capacitado para um diagnóstico adequado”.
Redes sociais e a bolha do autodiagnóstico
Plataformas como TikTok e Instagram têm sido inundadas por relatos de pessoas que se identificam com sintomas de TDAH, mas sem o devido respaldo clínico. Segundo um estudo publicado no The Canadian Journal of Psychiatry, 52% dos vídeos mais assistidos sobre TDAH no TikTok contêm informações falsas.
Os principais problemas desses conteúdos incluem:
. Falta de supervisão científica – Informações divulgadas sem embasamento médico.
. Generalização dos sintomas – Qualquer dificuldade de concentração pode ser erroneamente associada ao transtorno.
. Soluções rápidas e tratamentos sem prescrição – Uso indiscriminado de medicamentos sem acompanhamento profissional.
“O que antes era visto apenas como desatenção agora virou diagnóstico popular. Muitos esquecimentos, dificuldades de concentração ou hiperfoco momentâneo podem ser normais e não indicam, necessariamente, TDAH”, reforça Ana Café.
O que realmente é o TDAH?
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é um transtorno neurobiológico caracterizado por sintomas de desatenção, impulsividade e, em alguns casos, hiperatividade. Ele pode impactar o desempenho escolar, profissional e as relações sociais.
Principais sintomas:
. Dificuldade em manter a atenção em tarefas do dia a dia
. Tendência a se distrair facilmente
. Esquecimentos frequentes
. Impulsividade e dificuldade em esperar sua vez
. Agitação constante (mais comum em crianças)
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico só pode ser realizado por um psicólogo ou psiquiatra, com base em entrevistas, testes específicos e histórico clínico.
Existe tratamento?
Sim. O TDAH não tem cura, mas pode ser tratado com:
. Psicoterapia – A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ajuda no controle dos sintomas.
. Medicação – Apenas sob prescrição médica, podendo incluir estimulantes e não estimulantes.
. Mudanças no estilo de vida – Exercícios físicos, boa alimentação e rotina estruturada auxiliam na melhora dos sintomas.
O que fazer se eu achar que tenho TDAH?
. Não confie em testes de internet ou vídeos virais.
. Procure um profissional de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra).
. Evite automedicação – remédios para TDAH são controlados e exigem prescrição médica.
. Atenção ao seu histórico – sintomas esporádicos não indicam necessariamente um transtorno.
“O autoconhecimento é importante, mas não podemos transformar dificuldades comuns do dia a dia em diagnósticos precipitados. O mais seguro é buscar um especialista”, finaliza Ana Café.
Por Redação Brazil Health