Psicologia
07 de Fevereiro de 2025

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Vício em Telas na Infância: Sinais de Alerta e Impactos no Desenvolvimento

Especialistas apontam como a hiperconectividade pode afetar a saúde mental e o comportamento das crianças.

O uso excessivo de aparelhos eletrônicos entre crianças e adolescentes tem preocupado especialistas, especialmente após a sanção da Lei 15.100/25, que proíbe celulares em escolas públicas e privadas. A pesquisa TIC Kids Online Brasil 2023 revelou que 25 milhões de jovens entre 9 e 17 anos acessam a internet no país, levantando um alerta sobre os impactos da hiperconectividade na saúde mental.

Segundo o psicólogo Marcos Torati, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP, os feeds infinitos das redes sociais são projetados para manter os usuários conectados, dificultando a capacidade de pausa e reflexão. “A busca por pertencimento no ambiente digital pode indicar uma necessidade emocional não suprida no mundo real”, explica. O excesso de estímulos também pode prejudicar a concentração e provocar procrastinação.

Sinais de alerta para pais e responsáveis

Mudanças no comportamento podem indicar intoxicação digital. Entre os sintomas mais comuns, o especialista lista:

. Respostas agressivas a frustrações
. Distúrbios na concentração e aprendizagem
. Isolamento social
. Problemas posturais e dores musculares
. Insônia e cansaço constante
. Hiperfoco excessivo no mundo virtual

O psicólogo alerta que, em alguns casos, os sintomas se assemelham aos do Transtorno do Espectro Autista (TEA), podendo levar a erros de diagnóstico.

Pais também devem rever seus hábitos

A hiperconectividade infantil muitas vezes reflete o comportamento dos próprios pais. “O celular se tornou a nova chupeta digital. Muitos pais recorrem aos dispositivos para acalmar os filhos, evitando lidar com frustrações e emoções difíceis”, ressalta Torati.

O especialista enfatiza a importância de equilibrar o tempo de tela com experiências reais, como brincadeiras ao ar livre, interações presenciais e momentos de solitude, fundamentais para o desenvolvimento emocional e cognitivo da criança. “A tecnologia não deve substituir o cuidado parental, mas ser usada com consciência e limites bem estabelecidos”, conclui.

Por Redação Brazil Health

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