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Crise dos 30: como redes sociais e dívidas aumentam ansiedade e depressão
A chamada “crise dos 30 anos” está se tornando um marco emocional para os millennials, especialmente aqueles nascidos em 1995, que atingem essa idade em 2025. Essa fase é frequentemente acompanhada por reflexões intensas sobre realizações pessoais e profissionais, além da pressão de atingir metas estabelecidas pela sociedade. Redes sociais e questões financeiras têm se destacado como fatores que amplificam sentimentos de ansiedade e depressão.
O impacto das redes sociais na saúde mental
As redes sociais, com suas vidas idealizadas e momentos de felicidade exibidos, criam uma sensação constante de comparação. “Essa exposição pode gerar baixa autoestima, insegurança e a percepção de que as conquistas pessoais são insuficientes, o que impacta negativamente a saúde mental”, explica a psiquiatra Aline Sabino, do Hospital São Camilo, de São Paulo.
A busca incessante por validação online, combinada com a pressão para exibir uma vida perfeita, é terreno fértil para transtornos como ansiedade e depressão. Sentimentos de isolamento, frustração e inadequação tornam-se comuns quando a realidade não corresponde às expectativas irreais criadas por essas plataformas.
A carga financeira dos millennials
Outro fator que alimenta essa crise é a precariedade econômica enfrentada por muitos millennials. Segundo levantamento da CNDL e SPC Brasil, a faixa etária entre 30 e 39 anos representava, em 2024, 23,6% dos inadimplentes no país – cerca de 16,93 milhões de pessoas.
Os principais desafios incluem:
• Alto custo de vida: a inflação e os preços elevados dificultam a realização de sonhos como adquirir a casa própria.
• Dívidas acumuladas: estudantis e outras obrigações financeiras limitam a liberdade econômica.
• Instabilidade profissional: a necessidade de se adaptar a um mercado de trabalho em constante transformação reduz a segurança para o planejamento futuro.
“A insegurança econômica leva muitos a adiar marcos como viagens, compra de imóveis e formação de família, enquanto a precarização do trabalho exige maior resiliência e adaptabilidade”, destaca Sabino.
Caminhos para superar a crise dos 30
Apesar dos desafios, existem maneiras de lidar com essa fase de forma saudável:
1. Evitar comparações: reconheça que as redes sociais mostram apenas momentos escolhidos, não a realidade completa.
2. Buscar suporte emocional: terapia e comunidades de apoio podem ajudar a processar emoções e enfrentar dificuldades.
3. Planejamento financeiro: estabeleça metas financeiras realistas e busque orientação para sair das dívidas.
4. Criar conexões autênticas: valorize relacionamentos reais e espaços de troca, promovendo empatia e compaixão.
“A crise dos 30 não precisa ser uma experiência solitária. Com suporte emocional e financeiro adequado, é possível transformar essa fase em um momento de autoconhecimento e resiliência”, conclui a especialista.
Por Redação Brazil Health