Psiquiatria
28 de Abril de 2025

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Famílias Suportam 73% dos Custos da Demência no Brasil, Revela Estudo

Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz revela que mais de dois terços dos custos da demência no Brasil são assumidos pelas próprias famílias, principalmente por meio de cuidados informais e não remunerados. Em 2019, as despesas anuais com a condição chegaram a R$ 87,3 bilhões.

O estudo, publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, combinou dados públicos e entrevistas com 140 duplas de pacientes e cuidadores em 17 cidades do país. O custo mensal por paciente varia de R$ 2.082 no estágio inicial a R$ 3.893 no avançado. Apesar disso, o estágio intermediário concentra a maior parte dos gastos nacionais (40,8%).

Os custos diretos incluem hospitalizações, consultas médicas e medicamentos. Já o tempo de cuidado não remunerado foi contabilizado como custo indireto, usando o salário médio de cuidadores como referência. Serviços sociais como casas de repouso não foram considerados por falta de dados.

O levantamento também mostra que 69,3% dos pacientes entrevistados eram mulheres, assim como 86% dos cuidadores. A maior parte dos casos (40%) estava em estágio avançado.

Além do impacto financeiro atual, a pesquisa destaca o prejuízo futuro aos cuidadores, que muitas vezes precisam deixar seus empregos ou adiar aposentadorias, sem que esse trabalho seja formalmente reconhecido.

Para Cleusa Pinheiro Ferri, uma das autoras do estudo, os resultados reforçam a necessidade de políticas públicas que aliviem o peso sobre as famílias. Já Fabiana Araújo Figueiredo da Mata, também pesquisadora do Oswaldo Cruz, alerta: “Com o aumento esperado dos casos, é urgente ampliar o suporte aos cuidadores informais e garantir serviços adequados para quem vive com demência no Brasil.”

Por Redação Brazil Health

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