Psiquiatria
20 de Fevereiro de 2025

3 min de leitura

O Vício e Seus Riscos

Como o Consumo de Álcool e Drogas Impacta a Saúde Mental e a Sociedade

O consumo de álcool e drogas é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil e no mundo, com consequências graves para indivíduos, famílias e a sociedade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 2 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao uso excessivo de álcool, enquanto 600 mil óbitos estão relacionados ao consumo de drogas. No Brasil, a dependência química tem reflexos diretos na segurança pública, nos sistemas de saúde e no bem-estar da população.

No Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, celebrado em 20 de fevereiro, a psiquiatra Dra. Aline Sabino alerta para os impactos psiquiátricos e sociais do consumo precoce e abusivo dessas substâncias.

Álcool e drogas alteram o funcionamento do cérebro

A dependência química não é apenas uma questão de escolha, mas sim um transtorno psiquiátrico que modifica o funcionamento do cérebro, levando à perda de controle sobre o consumo. “O uso crônico de álcool e drogas pode desencadear ou agravar doenças mentais como depressão, ansiedade e psicoses, além de estar fortemente associado ao aumento de comportamentos agressivos e suicidas”, explica a especialista.

Os efeitos devastadores não param por aí. Estudos indicam que adolescentes que começam a beber antes dos 21 anos têm quatro vezes mais chances de desenvolver dependência alcoólica na vida adulta. Além disso, o consumo precoce está relacionado a maior vulnerabilidade a acidentes, lesões corporais e comportamentos de risco, como a violência e a exposição a drogas mais pesadas.

O impacto do vício na família e na sociedade

A dependência química afeta não apenas quem usa, mas também toda a rede de apoio ao redor do indivíduo. O álcool, por exemplo, está diretamente ligado a altos índices de violência doméstica, acidentes de trânsito e desestruturação familiar. A Dra. Aline alerta para a influência do ambiente no comportamento dos jovens: “Que exemplo estamos dando aos nossos filhos e netos?”, questiona.

No Brasil, as estatísticas mostram que a normalização do consumo de álcool dentro dos lares contribui para a perpetuação do problema. Muitas vezes, adolescentes são incentivados a beber desde cedo, sem que os pais percebam os riscos dessa prática.

Prevenção e tratamento são fundamentais

O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo reforça a necessidade de políticas públicas eficazes para prevenir e tratar a dependência química. Medidas como educação sobre os efeitos do álcool e das drogas, restrição da publicidade de bebidas alcoólicas e ampliação do acesso a tratamentos especializados são fundamentais para reduzir os impactos dessas substâncias na sociedade.

Dra. Aline reforça que a dependência química tem tratamento e que o apoio da família é essencial no processo de recuperação. “O tratamento precisa ser multidisciplinar, combinando terapia, suporte médico e acompanhamento psiquiátrico. A reabilitação não acontece de forma isolada; é um processo contínuo e que exige acolhimento”, conclui.

A data é um chamado à reflexão: informação e prevenção são as principais ferramentas para evitar que mais pessoas entrem no ciclo da dependência. Combater o vício é uma responsabilidade coletiva, essencial para construir um futuro mais saudável e seguro para as próximas gerações.

Por Redação Brazil Health

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